Bombeiros Voluntários de Caçador vencem o 6º Desafio Nacional de Trauma

A equipe Alfa, dos Bombeiros Voluntários de Caçador, corporação localizada no Oeste de SC, formada pelos bombeiros voluntários João Guilherme Furquim e Felipe Cristiano Konfidera, foi a vencedora geral do 6º Desafio Nacional de Trauma. Já a equipe Bravo, do 6º Batalhão de Bombeiro Militar de Chapecó, integrada Djonka Miglioretto e Diogo Rodrigo Spies, foi a campeã geral do 5º Desafio Catarinense de Trauma.

Equipe do 6º Batalhão de Bombeiro Militar de Chapecó foi a campeão geral do 5º Desafio Catarinense de Trauma. Eventos ocorreram simultaneamente realizado pelos Bombeiros Voluntários de Concórdia de 18 a 21 deste mês

Os eventos foram realizados simultaneamente de 18 a 21 deste mês no Centro de Eventos, pelos Bombeiros Voluntários de Concórdia, corporação do Oeste de SC como parte do calendário de comemoração dos 45 anos da corporação – a comemoração ocorre no dia 6 de novembro. As duas edições reuniram 42 equipes (30 de Santa Catarina e 12 dos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul) entre socorristas de bombeiros voluntários, militares e comunitários, SAMU e de resgate de concessionárias de rodovias.

O 6º Desafio Nacional de Trauma e o 5° Desafio Catarinense de Trauma são promovidos Associação Brasileira de Resgate e Salvamento (ABRES) – representante da World Rescue Organisation (WRO) desde 2014 quando o país se estabeleceu como membro –, e teve o apoio a Associação dos Bombeiros Voluntários no Estado de Santa Catarina (ABVESC). Esta edição contou com o patrocínio da SOS Sul – A Casa do Bombeiro, Toth Lifecare, Hasic Distribuidora e TCA Transformações Veiculares.

Djonka Miglioretto (à esq.) e Diogo Rodrigo Spies com o troféu de campeões do 5º Desafio Catarinense de Trauma

As três duplas mais bem colocadas (veja lista abaixo) no Desafio Nacional conquistaram vaga para o Mundial que ocorrerá de 21 a 24 de setembro em Portugal. Já os quatro melhores do Catarinense garantiram a participação no Nacional do próximo ano. A equipe Bravo, dos Bombeiros Voluntários de Concórdia, ganhou em sorteio inscrição para o Encontro Latino-Americano de Resgate Veicular e Trauma que será realizado de 17 a 19 de maio deste ano em Puerto Montt, Chile, promovido pela Asociación Latino-americana de Rescate Vehicular (ALAREV).

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Repercussão – A coordenadora dos avaliadores, médica avaliadora e representante da ABRES, coronel BM do Corpo de Bombeiros Militar do Amapá, Karina Ferreira Ribeiro Homobono, destacou tanto a qualidade do evento quanto a preparação técnica das equipes participantes. “Nós avaliadores tivermos surpresas muito positivas, principalmente com as equipes que estão participando pela primeira”, disse. Para ela, é sinal da evolução do processo. “Diferentemente de nãos anteriores, estamos vendo todos muito bem preparados. Os experientes estão multiplicando o conhecimento.”

Contudo, ela observou que ainda se precisa evoluir quanto a participação de equipes de outros Estados, não somente de Santa Catarina – onde vê o processo mais amadurecido –, nos desafios de trauma, uma situação já superada nos desafios de resgate veicular, compara. “Afinal de contas, tudo é voltado para o atendimento pré-hospitalar, para o salvamento de vidas”, observa.

Igor Arahon Schwingel, bombeiro voluntário, assessor da Organização Mundial de Resgate (WRO) e presidente da ALAREV, por sua vez, destacou o bom número que equipes de Santa Catarina tanto no Catarinense quanto no Nacional, em especial as corporações de bombeiros voluntários, o que mostra que a plataforma dos desafios como instrumento de formação está consolidada no Estado.

Schwingel observou, ainda, a realização do seminário pré-evento – neste ano, a abordagem foi “Fluxograma de APH para pessoa com Transtorno do Espectro Autista (TEA) – e congresso técnico em momento oportuno. No mesmo evento, ele apresentou o estudo com a média ponderada das 32 equipes de SC que participaram do 4º Desafio Catarinense de Trauma, realizado em 2022. O levantamento demonstrou as fraquezas e os pontos positivos. “Essa avaliação nos mostrou onde as corporações precisam desprender mais energia e se capacitar mais,” resumiu. “Isso nos mostrou que mesmo Santa Catarina, estando na quinta edição do evento, ainda tem pontos a serem corrigidos. Ainda temos muito a melhorar.”

Para Juliano Camillo, comandante dos Bombeiros Voluntários de Concórdia, esta edição dos eventos evoluiu significativamente quanto a tecnologia – transmissão de provas ao vivo no canal do Youtube da corporação – e cenários. “Nosso desejo é de que as equipes que estiveram aqui levem esse conhecimento para as suas unidades, coloquem em prática nos atendimentos do dia a dia”, disse. Para ele, a evolução da qualidade técnica das equipes é sinônimo de que estão se preparando melhor e, evidentemente, a qualificação reflete melhor atendimento para os cidadãos.

O vice-presidente da ABRES e comandante dos Bombeiros Voluntários da União (Ascurra-Apiúna-Rodeio), Jaime Junior Moser, destacou a evolução da organização dos eventos em Santa Catarina desde que se iniciaram estas promoções no Estado, em 2018, também iniciativa dos Bombeiros Voluntários de Concórdia. Segundo ele, desde que as corporações aderiram à plataforma de APH preconizada pela WRO, houve um ciclo natural de aprendizado interno e a padronização. “Duplas que estão em desenvolvimento já chegam com capacidade extraordinária, reflexo desse processo”, comparou.

Da mesma forma, Moser destaca o aprimoramento dos avaliadores, que precisam acompanhar a evolução técnica das equipes e conhecer as novas planilhas – com mais detalhamentos e atualizações de protocolos – de avaliação da WRO, inseridas a partir deste ano.

Por último, ele destaca a remodelação da ABRES, que adotou equipes multidisciplinares com quatro vice-presidências – bombeiro militar, bombeiro voluntário e civil, área médica e APH, e concessionárias – como forma de atender todas as vertentes, além de incentivar a formação de novos assessores e a expansão dos serviços. “Muitos Estados ainda não aderiam a essa metodologia. Então, uma das propostas da AVRES é fomentar essa participação.”

De agem pela região, o governador de Santa Catarina Jorginho Mello foi conhecer o evento, no primeiro dia de provas (19 de abril).

Equipe na arena de competiçãoCampeões – Dos 34 troféus entregues aos três melhores nas categorias experientes e em desenvolvimento, modalidades complex e standard, além dos cinco melhores na categoria geral do Nacional e Catarinense, 27 ficaram concentrados nos Bombeiros Voluntários de Caçador (10), 6º BBM de Chapecó (9) e Bombeiros Voluntários de Concórdia (8).

Os bombeiros e socorristas Felipe Cristiano Konfidera e João Guilherme Furquim, campeões do 6º Desafio Nacional de Trauma, disseram que o troféu é o resultado de um longo período de treinamento que reflete, também, “no bom atendimento na rua”. “São campeonatos assim que demonstram a nossa prática. Não podemos parar os treinamentos intensivos, nos aperfeiçoar e nos habituarmos às novas normas de avaliação”, observou Konfidera. “O resultado é o resumo da nossa parceria de dois anos de treinamentos, do apoio que tivemos da corporação e família. Viemos para aprender, não esperávamos esse prêmio. É satisfatório”, disse Furquim.

Para o comandante dos Bombeiros Voluntários de Caçador, Anderson Caetano de Souza, as conquistas no 6º Desafio Nacional de Trauma e o 5° Desafio Catarinense de Trauma são resultado de um longo trabalho capacitação contínua dos bombeiros por meio de múltiplas plataformas. “A participação nesses eventos mostrou o alto nível técnicos dos Bombeiros Voluntários de Caçador e a capacidade dos bombeiros voluntários de modo geral.”

Os bombeiros do 6º Batalhão de Bombeiro Militar de Chapecó, Djonka Miglioretto e Diogo Rodrigo Spies, campeões do 5º Desafio Catarinense de Trauma, também acreditam que o troféu é a coroação de trabalho feito há anos de treinamento tanto no atendimento pré-hospitalar quanto no de resgate veicular. “Somos gratos por esse evento que possibilita que mostremos tudo o que aprendemos, treinamos para poder representar a nossa corporação”, disse Miglioretto.

Spiers, por sua vez, ressaltou que o Corpo de Bombeiros Militar de SC possibilitou que ambos pudessem ser instrutores do curso de pré-hospitalar, o que alavancou o conhecimento e resultou no título de campeões do Desafio Catarinense. “Esse título não é nosso, é dos Bombeiros de Santa Catarina.’

Observadores – O 6º Desafio Nacional de Trauma e o 5º Desafio Catarinense de Trauma também serviram como laboratório para o Encontro Latino-americano de Resgate Veicular e Trauma que será realizado de 17 a 19 de maio deste ano promovido pela Asociación Latino-americana de Rescate Vehicular (ALAREV). O capitão Andrés Sarmiento e o bombeiro Cristian Aguilar, da 4ª Cia. de Bombeiros de Puerto Montt, do Chile, participaram do evento como observadores.

Segundo Sarmiento, eles puderam compreender com clareza a organização necessária para o desafio de trauma. “Nós pensávamos que era algo mais fácil de desenvolver; não imaginávamos essa complexidade”, itiu, comparando com as necessidades de logística para as provas de resgate veicular, comparou. Para ele, o evento mostrou como funciona a sessão de maquiagem, montagem de cenários, números de “vítimas” nas provas e volume de pessoas no staff desde a logística até a alimentação das equipes. “Outro aspecto que nos chamou a atenção foi a disponibilidade de pessoas específicas para cada área do evento. Cada um tem uma função específica”, observou. “Essas informações vão nos ajudar na realização do Latino-americano”, garantiu.

Em dados – 6º Desafio Nacional de Trauma e o 5º Desafio Catarinense de Trauma totalizaram 58 provas nas modalidades complex (duas vítimas) e standard (uma vítima) em cenários simulados com vítimas politraumatizadas – esmagamentos, amputações, fraturas, queimaduras entre outros -, decorrentes de acidentes em diferentes ambientes (montanha, aquático, trabalho, trânsito, doméstico etc.).

Os socorristas foram avaliados por seis assessores: o médico Coronel BM Francisco Albert Einstein Lima Arruda, do Corpo de Bombeiros Militar do Ceará (CBMCE); médica Capitão BM Rejane Melo Marques, do Corpo de Bombeiros Militar do Amapá (CBMAP); Diego Blanco, do Grupo de Resgate e Atendimento a Urgências (GRAU) de São Paulo; Antonio Animaru, médico; e Heriberto Ovelar, médico emergencista do Serviço Nacional de Emergências Médicas de Assunção (Paraguai), coordenados por Karina Homobomo, médica Capitão do Corpo de Bombeiros Militar do Amapá (CBMAP).

COMO FICOU – A CLASSIFICAÇÃO GERAL

Quem participou